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domingo, 3 de outubro de 2010

Toninho Ávila vai à escola Dr. Kléber palestrar sobre a Serra do Lenheiro








O Lobo Bruxo Toninho Ávila na E.Municipal DR. Kléber ( Tijuco)

Toninho Ávila é uma pessoa ímpar em nossa São João del Rei.
Poeta, pintor e ambientalista, veio ao nosso encontro com um Projeto já pronto de revitalização da Serra do Lenheiro e suas nascentes, objetivando também os cuidados com o Córrego do Lenheiro e a questão do esgoto que o Córrego necessita com urgência desmedida.

Ele fez uma palestra falando do seu trabalho de ambientalista com muita paixão, trabalho este que ele se dedica há mais de uma década.

A E. M. dr. Kléber abraça essa causa e convidou Toninho Ávila para nos auxiliar nesta tarefa, uma vez que ele já tem vasta experiência no assunto.
Esperamos contar com mais entidades e pessoas na realização deste projeto que busca qualidade de vida para o bairro e consequentemente para a nossa cidade de São João Del Rei.


(Na foto acima a supervisora Rita, a orientadora Cristiane e T. Ávila)












Há dez anos T. Ávila tirou fotos da Serra do Lenheiro e comparou a nascente com água límpida, muito verde no local e fotos de lixo quando o córrego se aproximava da região mais próxima do Córrego do Lenheiro.
Hoje em dia está tudo muito mais comprometido, se não cuidarmos , de verdade, desta Serra poderá ser tarde demais por causa do lixo que as pessoas sem consciência jogam na Serra, nas nascentes e no córrego, tanto quanto por causa das queimadas que fazem na Serra.
















Participaram da palestra na E.M. Dr. Kléber:
a Lucinha Guimarães ( professora da UFSJ- de vermelho) e coordenadora dos Fóruns da EJA que acontecem na UFSJ uma vez por mês, eu e Lourdinha ( supervisora da E. Estadual
Governador Milton Campos, onde eu trabalho também).








T.Ávila e Rita ( coordenadora da E.M.Dr. Kléber).






T. Ávila e o vereador Gilberto, morador do bairro do Tijuco ( também pai de alunas da escola).

Blog do Euler:"Uma mídia que deforma a opinião."

sábado, 2 de outubro de 2010

Uma mídia que deforma a opinião


Outro dia assistimos na Rede Globo uma matéria sobre um professor de Geografia de São Paulo, que num dado momento, nitidamente alterado, teria desabafado contra a escola e contra quem estivesse por perto. Não chegou a agredir ninguém fisicamente, mas alterou o tom da fala, profundamente irritado ou stressado. Os apresentadores da Globo aproveitaram este recorte descontextualizado para dizer algo do tipo: tudo bem que os professores trabalham num ambiente de pressão, mas precisam aprender a se controlar.

Se tivéssemos uma mídia realmente comprometida com a boa informação, voltada para a formação crítica e a serviço da comunidade - e não de interesses de grupos empresariais e de governos -, ela teria apresentado tal acontecimento como reflexo direto das realidades em que vivem os educadores do Brasil, especialmente os professores.

Teria dito, por exemplo, que os professores são mal remunerados e que muitas vezes precisam trabalhar em duas ou três escolas; que lecionam em salas com 40 a 60 alunos; que lidam com uma realidade social de uma geração carente de afetividade, de famílias que se desestruturaram pela dinâmica do mercado capitalista, cujos pais sequer têm tempo para dar atenção aos filhos e que os professores acabam cumprindo múltiplos papéis - de pai, de mãe, de psicólogo, de conselheiro espiritual, e às vezes de mestre.

Finalmente, uma imprensa séria teria feito uma associação direta daquele fato com a situação vergonhosa da Educação pública no Brasil na modalidade ensino básico, especialmente nos estados mais ricos da Federação, como Minas Gerais e São Paulo, governados por demotucanos, e cujas realidades são sofríveis, para dizer o mínimo.

O stress apresentado pelo professor não é um caso isolado. Basta ver o número de profissionais da Educação em licença médica, com problemas de toda ordem, incluindo os problemas psicológicos. A carga de pressão que os educadores sofrem vem de todas as direções: das turmas superlotadas e agitadas, das direções das escolas, das superintendências, dos pais de alunos, das péssimas condições de trabalho, etc. Além, é claro, da pressão que vem de casa, sobretudo quando o educador é arrimo de família e sobrevive com salário-de-professor-de-Minas-Rio-ou-São-Paulo (assim mesmo, tudo junto).

E é dessa forma descontextualizada que a mídia brasileira aborda os principais problemas que nos atingem. É com essa lente reduzida - e sempre a serviço dos de cima - que ela trata, por exemplo, do problema dos sem-terra, dos sem-teto, dos trabalhadores em greve, sempre apontados como baderneiros e causadores de desordem. Não é a política voltada para beneficiar minorias privilegiadas, como os proprietários destes meios de comunicação, que é a causadora de prejuízos para milhões de pessoas. São as pessoas vítimas dessas políticas que são apresentadas como culpadas pelos problemas apontados: o professor, o sem-terra, o sem-teto, o grevista, enfim, todos nós, os de baixo.

A construção de meios alternativos de comunicação, capazes de se contrapor à mídia burguesa cada vez mais decadente, a exemplo do quarteto do mal - Veja-Folha de São Paulo-Estadão-Rede Globo e seus afiliados regionais, como Estado de Minas, O Tempo e Hoje em Dia, etc -, torna-se uma necessidade premente. Pois essa mídia reproduz a cultura dominante das elites e ajuda a mantê-la, fazendo a cabeça inclusive de parcelas desavisadas dos de baixo. Não é a toa, por exemplo, que ainda se elegem candidatos como o faraó e o afilhado e seus deputados aqui em Minas e tantos outros afins por todo o Brasil.

Claro que a mídia não é o único instrumento a reproduzir essa realidade. Mas, tem um papel essencial na sua manutenção. Razão pela qual precisamos criar e fortalecer mecanismos alternativos, como os blogs, as rádios comunitárias e até a possiblidade de construir TVs realmente públicas, sob o controle direto das comunidades. Para que não ocorra mais a prática cotidiana da deformação da opinião e da consciência de quem acompanha essas mídias.

* * *

Incorporo ao texto central o comentário do nosso combativo colega e amigo professor Sebastião Gonçalves, coordenador do Blog Em Busca do Conhecimento, que fica desde já autorizado a utilizar qualquer texto deste blog que desejar. E em seguida, transcrevemos o e-mail da nossa combativa colega Aparecida Flaviana (Cida).


"Sebastião M. Gonçalves:

Bom dia Euler!

Como estou a um tempo, sem tempo pra escrever, kkk gostaria de postar esse arquivo seu no meu Blog. Esse material foi muito bem colocado. Nessa vida desenfreada de professor, todos já estamos cansados mesmo e precisando de apoio. Apoio que nunca vem. Pra ajudar ninguém ajuda, mas pra atrapalhar muita gente tem inclusive a mídia comprada pelos demotucanos!

Boa eleição pra todos nós Trabalhadores/as da Educação e que o resultado seje bom, pois se não for estaremos mais 4 anos sem perspectiva."

* * *

"Aparecida Flaviana Lima:


Caro colega, estive ausente do movimento, e deste recurso, tive problemas com meu computador, internet, tel, salário de professor você sabe, às vezes não dá pra sustentar tudo. Quando alguma coisa estraga, é um deus nos acuda pra ter dinheiro pra essas despesas que nunca estamos praparados.

Mas voltando ao que interessa, eu fiquei revoltada com o final do nosso movimento e tinha prometido que iria esquecer que sou professora. Mãs não tem jeito. A nossa situação está cada vez pior, e pode crer, com [o novo] plano de carreira vai piorar ainda mais. O caso de São Paulo é um exemplo. Devemos nos mobilizar já. Como o governo não vai mudar, que tal mobilizar para não iniciarmos o ano letivo. Com este governo não devemos dar trégua. O seu blog pode fazer uma campanha de mobilização, inclusive incluir o estado de São Paulo. Vamos só esperar o resultado das eleições. Prometo engajar nesta luta com todas as minhas forças.

Com toda esta situação, exposta neste espaço, como este governo pode ser reeleito? Eu fui obrigada a votar em Helio Costa e fiz campanha contra Itamar na fila da votação. Gente, a nossa classe esta caindo em buraco sem tamanho. Os efetivados estão votando neste governo com medo da lei 100 cair. Outros estão acreditando no novo plano de carreira. Vai ser a maior ENGANAÇÃO.

Vejam: Eu tenho 15 anos de Estado, sou PEB3A, fui pra B, meu colega tem a mesmo situação e foi pra F. Estão vendo o que este governo está plantando. Na verdade, alguns recebem e outros não, a folha deve ficar sempre em um mesmo patamar. Cada contracheque tem um valor. Temos que divulgar esta situação. Não podemos ficar parados e nem focarmos a nossa luta contra o colega, mas sim contra o governo.
Abraços."